segunda-feira, 1 de abril de 2013

Hormônio do Crescimento: A tão desejada fonte de juventude que pode ser influenciada pelos seus hábitos de vida

HGH ou GH – O que é?

A primeira coisa, e mais obvia, a se saber é o significado da sigla HGH. Esta abreviação usual significa “Human Growth Hormone”, que em português é conhecido como hormônio do crescimento ou somatotrofina. É um hormônio peptídeo1, que é naturalmente produzido pela glândula hipófise anterior (Adenoipófise) localizada no cérebro. Esta glândula secreta o hormônio conforme necessário para a manutenção do crescimento normal e desenvolvimento da mente e corpo. Essencialmente, o HGH estimula a produção e crescimento das células do corpo humano. A função primaria é a contribuição para o crescimento do corpo em termos de estatura (altura). Secundariamente o hormônio do crescimento contribui para o desenvolvimento de massa muscular, auxilio do corpo na absorção e retenção cálcio, redução do percentual de gordura, suporte da força e integridade dos ossos, sistema imunológico, controle dos níveis de insulina e glicose no sangue.
Devido às funções que o HGH exerce no corpo há muito tempo o hormônio vem sido utilizado sob controle médico para curar doenças que afetam o crescimento ou desenvolvimento de massa muscular, obesidade, etc. Porém, por estes mesmos motivos, vem sido utilizado por atletas como doping para obter uma melhora na performance como consequência de sua atuação no desenvolvimento de massa magra e redução de tecido adiposo e suas outras funções (aumento de densidade óssea, capacidade de estocar glicogênio muscular devido ao aumento de massa magra, funções sexuais, sistema imunológico).


Fatores que influenciam a produção do GH

Inúmeros fatores são conhecidos por influenciar a secreção do HGH de uma maneira natural, como, idade, gênero, dieta, exercício, stress e a concentração de outros hormônios. Sabe-se que em adolescentes a produção do hormônio é quase duas vezes maior do que em adultos saudáveis, devido ao período de crescimento que é muito acelerado durante a puberdade, e que em quaisquer indivíduos a maior concentração do hormônio produzido ocorre quando a pessoa atinge o estado mais profundo de sono enquanto dorme.
  • Hormônios relacionados ao apetite (e.g. Grelina), que estão associados a qualidade do sono.
  • Hormônios sexuais (altas concentrações de androgênio durante a puberdade).
  • Concentração de estrogênio.
  • Estado de hipoglicemia ou jejum.
  • Suplementação com arginina e vitamina B3.
  • Sono profundo.
  • Exercício Vigoroso.
Da mesma forma que estes fatores influenciam a secreção, existem inúmeros outros que inibem a produção do GH, entre eles:
  • Hiperglicemia.
  • Concentrações de Somatostatina, hormônio proteico produzido pelo pâncreas e regulado pelos altos níveis de glicose.
  • Glicocorticoides, como por exemplo, produção de cortisol, hormônio associado ao stress.
Apesar da indicação com relação aos fatores que influenciam ou inibem a produção, é sempre importante ter em mente que a grande maioria dos itens listados são resultados de pesquisas que muitas vezes geram discussões com relação a sua relevância ou veracidade.
Aquilo que todos conhecemos por ser parte do processo natural de envelhecimento como perda de massa muscular, aumento de tecido adiposo e ganho de peso, elasticidade da pele, entre outros fatores metabólicos esta relacionado à diminuição da produção do hormônio GH. Embora tenham sido sugeridos substancias naturais que possivelmente colaborem com a produção natural do hormônio, conforme envelhecemos, nosso organismo passa a responder menos com relação ao uso da suplementação para produzir mais hormônio de crescimento, e logo perdemos a capacidade de tentar reverter o processo de envelhecimento. O que esta ao alcance de todos nós, entretanto, é tentar reproduzir o modelo de vida saudável com relação ao sono, alimentação e outros quesitos enquanto nosso corpo é jovem e capaz de garantir um processo de envelhecimento mais lento e natural. Assim, conforme avançamos na idade ao longo dos anos, nosso organismo diminui a resposta a nossa tentativa incansável de rejuvenescimento, para tentar reverter este processo ao máximo, devemos fazer aquilo que esta ao nosso alcance enquanto há tempo, ou seja, enquanto ainda somos jovens.
Por mais que seja uma discussão há anos, de que atletas sofram com suas atividades que geram grandes quantidades de radicais livres e outras substâncias oxidativas, que em tese deveriam contribuir para o envelhecimento acelerado, não há duvidas de que o beneficiamento proveniente da produção de outras substancias que contribuam com o rejuvenescimento seja marcante também, entre estas substancias esta o hormônio do crescimento. A prática de atividades físicas, somadas aos hábitos de vida saudáveis bem conhecidos, é a maneira mais natural que temos de influenciar nosso corpo a manter níveis de GH saudáveis, ou no caso de atletas, aumentar a produção do hormônio. Não é a toa que estes possam gozar de uma aparência física muitas vezes almejada pelas pessoas comuns, e que tenham sido por centenas de anos na história da humanidade um estereótipo de saúde, força e beleza.


GH – Influência na Dieta: Maneiras Naturais de se Produzir Hormônio do Crescimento

Alguns dos alimentos que ingerimos podem influenciar a ocorrência do hormônio do crescimento no corpo. Como já dito anteriormente, o GH auxilia na manutenção de produção de massa magra, metabolismo saudável, e densidade óssea adequada. De maneira geral, e bem citada ao longo do texto, estes fatores podem contribuir com taxas de GH saudáveis no corpo:
  • Comer alimentos de baixo índice glicêmico antes de treinos.
  • Dormir sem ter o estomago cheio.
  • Treinos curtos e intensos durante o dia.
  • Dormir o suficiente e garantir uma boa qualidade de sono.
  • Suplementação com ornitina, arginina e alguns outros aminoácidos essenciais.
  • Alimentar-se de maneira saudável (Carboidratos/proteína/lipídeos).
  • Comer várias vezes ao dia.
  • Treinos de musculação com ênfase em pliometria (exercícios de explosão muscular ou força máxima).
  • Tirar sonecas entre treinos ao longo do dia.
Para todos aqueles que querem seguir um plano alimentar para manter níveis de GH saudáveis e uma saúde boa em geral, segue o seguinte guia:


Alimentos Integrais, Frutas e Vegetais

Carboidratos, combinados com uma ingestão saudável de proteína, podem auxiliar na liberação de hormônio do crescimento. Boas escolhas de carboidrato são aquelas de baixo índice glicêmico, ou seja, que permitem uma liberação controlada estável de açúcar no sangue. Isto contribui com a sustentação e sacies equilibrada dos níveis de energia que colaboram com a produção de músculos saudáveis e metabolismo. Alimentos com baixo índice glicêmicos são os alimentos integrais como quinoa, cereais não processados, arroz integral, etc. Frutas e vegetias também são boas escolhas de carboidratos. As frutas secas (castanhas, nozes, etc) e legumes também estão na lista dos alimentos de biaxo indce glicêmico.


Proteinas e Alimentos derivados de animais

Nosso corpo necessita da ingestão de proteínas e lipídeos para reparação de células e tecidos. Basicamente, em sua essência, os carboidratos são fontes de energia e as proteínas e lipídeos são os alimentos que ajudam na reconstrução de tecidos e síntese de hormônios para o funcionamento regular de nosso metabolismo. Proteínas contém aminoácidos necessários para a produção regular GH, estas podem ser ingeridas tanto na forma de fontes animais, derivados como laticínios e outros suplementos. Boas escolhas de proteínas são aquelas mais magras como as carnes brancas (aves, peixes e suínos) ou carnes vermelhas com cortes mais limpos de gorduras. Leite, iogurte e outros derivados, como whey também são ótimas fontes de proteínas. A soja é uma opção vegetariana de ingestão de proteína e também esta inclusa na lista dos alimentos que auxiliam os níveis de hormônio do crescimento no corpo. Boas fontes de proteínas pela soja incluem os alimentos: tempeh, grãos de soja, tofu, leite de soja e edame.


Influência na Performance Atlética

Com relação ao seu papel como agente anabólico, o hormônio do crescimento tem sido utilizado por competidores desde os anos 70, tendo sido banindo pela IOC (International Olympic Committee) e NCAA (National Collegiate Athletic Association).
Tradicionalmente o teste de analise da urina não era capaz de detectar a presença do HGH, portanto a proibição de seu uso não pode ser completamente controlada até meados de 2000, quando os exames de sangue passaram a ser empregados para verificação de uso de doping, sendo estes capazes de distinguir se a concentração do hormônio no corpo era artificial ou natural. Em consequência da descoberta e abuso da substancia como doping, os exames de sangue conduzidos pela WADA (World Anti-Doping Agency) nos jogos olímpicos de 2004, em Atenas, focaram principalmente na busca do uso do GH como doping.
Aquilo que todos conhecemos por ser parte do processo natural de envelhecimento como perda de massa muscular, aumento de tecido adiposo, elasticidade da pele, entre outros esta relacionado à diminuição da produção do hormônio GH. Embora tenham sido sugerido, substâncias naturais que possivelmente colaborem com a produção natural do hormônio GH, conforme envelhecemos, nosso organismo passa a responder menos com relação ao uso da suplementação para produzir mais hormônio de crescimento, e logo perdemos a capacidade de tentar reverter o processo de envelhecimento. Por isso, ou no caso dos atletas por conta das funções ergogênicas e outras vantagens anteriormente citadas, o hormônio do crescimento vem sido utilizados de maneira indiscriminada.
O ideal é sempre favorecer as atividades que influenciam naturalmente a produção de hormônio do crescimento (GH), bem como o uso da suplementação para implementar sua produção, como por exemplo os aminoácidos glicina, ornitina, arginina. No entanto, o uso ilegal de estimulantes, esteroides, substâncias adaptogênicas, que foram comprovadas como auxiliares no aumento da produção do GH de maneira não natural podem acabar tendo efeitos colaterais não desejados em consequência da falta de capacidade do corpo humano de metabolizar o excesso de hormônio produzido. Entre estes efeitos reversos podemos citar a acromegalia, ou gigantismo quando ocorre na puberdade, doença característica da produção excessiva do GH que tem como consequência o crescimento anormal do alguns membros bem como outros efeitos indesejados que podem inclusive levar ao óbito. Esta doença e efeitos que comprometem a saúde intracelular em nosso corpo podendo acionar a produção de células mutagênicas e cancerígenas são os riscos associados ao abuso do hormônio de maneira artificial.
O hormônio do crescimento é, portanto mocinho e vilão ao mesmo tempo. Todos seus fatores positivos tão desejados por atletas e pela sociedade em geral, podem, quando controlados de maneira indiscriminada tornar-se um pesadelo. Cabe ao individuo, como foi sugerido, manter hábitos que façam com que o corpo tenha uma produção máxima em consequência do estimulo natural por via de hábitos saudáveis e pratica regular especifica de atividade física, ou seja, basicamente tudo aquilo que sabemos que deve ser feito para se viver de maneira saudável.


GLOSSÁRIO

1 – Peptídeo: Molécula formada pela ligação peptídica (reação de hidrólise entre a amina e o acido carboxílico de dois aminoácidos) entre dois ou mais aminoácidos (Esquema I).

Reação de Condensação

Fonte: tridash.com.br
Por Ina Guasque Öström.

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