quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

São Silvestre... vale a pena?


O fim de 2012 veio com a triste informação da morte do atleta Israel Cruz Jackson de Barros que participava da Corrida Internacional de São Silvestre.
Infelizmente a mais tradicional prova brasileira nos últimos anos esteve diversas vezes envolvidas nas mais variadas polêmicas. O ponto alto foi que em 2010 a organização entregou as medalhas juntamente com o kit da prova. Ano passado a chegada saiu na Avenida Paulista. Este ano a prova voltou para a Paulista mas passou para o período da manhã. São tantas e tão frequentes mudanças que a prova perdeu todo o seu brilho enquanto competição de atletismo. Hoje ela mais parece uma procissão festiva. Nada além disto.
O percurso que muda todos os anos não atrai atletas profissionais de alto nível, sem falar na baixa premiação em dinheiro. A péssima organização da prova, em todos os seus aspectos, não oferece ao atleta amador condições adequadas para correr a prova. Aquela largada, considerada pelo comentarista da Globo   como uma "massa vulcânica em movimento", é a completa demonstração da falta de respeito com o atleta amador. E agora, fica mais claro do que nunca, que o trajeto é um risco à saúde e à vida do atleta. Mas infelizmente a arrogância do organizador da prova não irá permitir uma mudança séria para o ano que vem.
O risco que o trajeto oferece ao atleta cadeirante já havia sido identificado em 2011 quando o percurso ganhou uma descida muito íngreme. Leia a notícia publicada na Folha de São Paulo no dia 30/Dez/2011. Não é possível que um trajeto seja aferido do ponto de vista de distância e os seus riscos não sejam oficialmente identificados. Caso o trajeto não seja adequado à participação de atletas com necessidades especiais que não se permita a participação destes. Mesmo que o organizador da prova venha dizer por meio da nota oficial que está dando todo o apoio à família do atleta que perdeu sua vida ontem, que a inscrição do atleta tenha sido feita corretamente sob todos os aspectos, que a ADD tenha juntamente com a organização da prova homologado a inscrição do atleta, que o atleta assinou o termo de compromisso assumindo todos os riscos ao participar do evento, mesmo que tudo isto seja dito, a organização da prova é responsável pela segurança do atleta durante o evento.
Nunca participei da São Silvestre. A data sempre foi um problema. Mas em função de todas as polêmicas e péssima organização da largada, nunca me senti devidamente atraído. Se alguma coisa não for feita de forma muito séria, a São Silvestre caminha rapidamente para o seu fim. Continuará sendo a corrida de rua mais tradicional do país, mas cada vez mais estará se afastando daquilo que atletas profissionais, amadores e portadores de necessidades especiais consideram como adequado. O Ministério Público de São Paulo precisa agir! 

fonte:http://vivoparacorrer.blogspot.com.br/2013/01/morte-na-sao-silvestre.html

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